quarta-feira, 30 de março de 2011

O retículo estrelado do órgão do esmalte guia a formação de vasos sanguíneos

Estes dias todos estudando para um concurso. Artigos ainda não lidos, anteriormente, por absoluta impossibilidade de acompanhar tão vasta literatura, quando ela não está dentro de seu raio imediato de atuação profissional.
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Bem, mas, agora lendo para um concurso, reuni dois artigos (dentre outros) que ainda não haviam se encontrado. E do encontro deles pensei que:
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O retículo estrelado do órgão do esmalte seria um arranjo epitelial importante para a formação dos vasos sanguíneos que penetram o órgão do esmalte e suplem o estrato intermediário e ameloblastos durante a formação do esmalte e sua mineralização.

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Os artigos lidos (os quais não se conheciam mutuamente) foram
Hiroko Ida-Yonemochi, Kazufumi Ohshiro, Wael Swelam, Hamdy Metwaly, and Takashi Saku. Perlecan, a Basement Membrane–type Heparan Sulfate Proteoglycan, in the Enamel Organ: Its Intraepithelial Localization in the Stellate Reticulum. J Histochem Cytochem 53:763–772, 2005
e
Cerri, P.S.; FARIA, F.P.; VILLA, R.G.; KATCHBURIAN, E. Light microscopy and computer three-dimensional reconstruction of the blood capillaries of the enamel organ of rat molar teeth germs. J. Anat. 2004, 204, 191-195.
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Hiroko et al. informaram sobre a expressão de Perlecan no órgão do esmalte, mas relata que não há vasos sanguíneos no órgãos do esmalte. Além de afirmar que o retículo estrelado tem função ainda desconhecida.
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Enquanto, Cerri et al. descrevem a presença de vasos sanguíneos dentro do órgão do esmalte, alcançando o estrato intermediário.
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Assim, repito:

O retículo estrelado do órgão do esmalte seria um arranjo epitelial importante para a formação dos vasos sanguíneos que penetram o órgão do esmalte e suplem o estrato intermediário e ameloblastos durante a formação do esmalte e sua mineralização.

e suponho que a expressão de perlecan tenha algo a ver com isto. Esta proteoglicana rica em sulfato de heparan.
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Em 2010, Ida-Yonemochi, Nakajima e Saku relataram o possível papel da heparanase na degradação do sulfato de heparan com liberação de fatores que estimulam a angiogênese, com penetração de vasos no retículo estrelado. (entendo que afirmaram algo parecido com o que estou pensando. Cheguei atrasado!).
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Mas avançando, e pensando no que também afirma Cerri et al., de que há um transporte de citocinas do retículo estrelado para o folículo dentário, então um papel de SISTEMA PORTA para este vasos presentes no órgão do esmalte pode ser vislumbrado.
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Um sistema porta realiza algo parecido no pâncreas, permitindo uma regulação entre os diversos componentes pancreáticos.
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Continuarei estudando este tema. Parece-me neste momento necessário pesquisar dois aspectos:
1. vasos intraepiteliais durante a organogênese (diversos modelos);
2. vasos em carcinomas e adenocarcinomas.
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02 de abril de 2011 - sábado

Em leitura sobre a vasculatura de neoplasias epiteliais ovarianas,
Zhu et al. Journal of Experimental & Clinical Cancer Research 2010, 29:124

entendi que células neoplásicas se diferenciam em "endothelial-like cells" e formam uma rede vascular intraneoplásica. Este processo é induzida pela hipóxia que estabiliza HIF-1a, que aumenta a expressão de VEGF (fator de crescimento do endotélio vascular) e Flk-1.
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As células vasculares perdem várias características de malignidade.
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Compreendi que é necessário ampliar os estudos sobre a vascularização do RETÍCULO ESTRELADO e do EXTRATO INTERMEDIÁRIO do órgão do esmalte, para verificar se o que ocorre neste processo de organogênese é a formação de vasos por angiogênese, vasculogênese ou "vascular mimicry".
Isto porque o tecido do órgão do esmalte é embrionário o que pode guardar estreita relação com o que ocorre em neoplasias.
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12 de setembro de 2013 - quinta-feira

Assistindo a uma aula do prof. Aquinaldo (UFMA - Histologia) aprendi que a cóclea membranosa tem seu epitélio vascularizado. Vou retomar assim que possível o estudo da vascularização dos epitélios.
Por enquanto vou transcrever o texto sobre stria vascularis presente no Wikipedia.
The upper portion of the spiral ligament contains numerous capillary loops and small blood vessels, and is termed the stria vascularis. It produces endolymph for the scala media, one of the three fluid-filled compartments of the cochlea. The stria is a somewhat stratified epithelium containing primarily three cell types (marginal, intermediate, and basal cells) and intraepithelial capillaries. The marginal cells are involved primarily in K+ transport and line the endolymphatic space of the scala media. The intermediate pigment-containing cells are scattered among capillaries. The basal cells separate stria vascularis from the underlying spiral ligament.[1] The stria vascularis also contains pericyte, melanocyte, and endothelial cells.[2] It is the only epithelial tissue that is not avascular(i.e. completely lacking blood and lymphatic vessels).
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